terça-feira, 4 de novembro de 2008

Árvore de mulheres


Ele olhou pra elas, eu não gostei.

-Ah!...esta gula ainda vai te matar! - penso em voz alta.

- A gula não é pecado se a intenção é amorosa... - diz meu filósofo com certa malícia e brilho no olhar.

Dou-lhe razão. Vou escrever aos quatro evangelistas e pedir-lhes para revisarem os evangelhos. Abaixo o pecado! Também as minhas intenções são sempre amorosas. Além do mais, nem vou ligar. Pernas, vulvas e cinturas são afrodisíacas e nutritivas. Não é ocasional tanto apetite nele ultimamente.

Ele se desculpa e diz:

- você é a mais linda e sabe.

Eu sei. Com qualquer roupa eu o comovo. E o comovo sem roupa. Ele anda pela vida comovido. Ou seria, encantado? Coisa de amor.O amor, de um certo modo, é regressivo. Ao mesmo tempo nos projeta para o alto e leva-nos de volta à adolescência, àquela fase da vida quando começamos a farejar o amor e o coração grita no peito, em dueto com o genital.

Ele olha para a minha sandália, pergunta a cor do esmalte.

- Atração Fatal, eu repondo.

- Seu pèzinho pintado assim ficou muito apetitoso.

Meus dedinhos, amoras, ameixas, morangos silvestres? Suas narinas então se dilatam e farejam o manjar dos deuses, tudo em mim o apetece. Abandono então aquelas outras pra lá. Sou ou seu regime alimentar. E sua meditação, sua terapia de corpo e mente. Ah!...seu elixir da juventude também, pois desde quando nos conhecemos nunca lhe nasceu um só fio de cabelos brancos.
Então chega de ciúmes e bendita seja essa Arvore de Mulheres plantadas por Deus em seu pomar.

2 comentários:

Unknown disse...
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Unknown disse...

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