domingo, 22 de fevereiro de 2009

Glamour e uma rebeldia irreverente se misturam na Semana da Moda de Londres, que parece desafiar a recessão econômica mundial com passarelas repletas de cores e atrevimento. Uma alternativa ao mau gosto e mau cheiro do entrudo momesco que ocupa a atenção do público, também feminino aqui da banânia, de hoje até terça-feira gorda, último dia também da semana da moda britânica.

O desfile da estilista Nicole Fahri, hoje, nos luminosos salões do Covent Garden, foi aberto com um clássico casaco em tweed, tecido em um arco-íris de cores, seguido por vestidos e jaquetas que lembram os anos 40, em chiffon estampado ou tecidos metálicos.

"A coleção é glamourosa e sexy, sem ser muito séria, e tem um sentido lúdico", explicou a francesa Nicole Fahri, que participa da Semana da Moda em Londres há quase 25 anos.

O estilo clássico de Fahri e da estilista britânica Betty Jackson, que apresentou hoje uma coleção romântica, com cores e tecidos suaves, contrastou com o trabalho da sacerdotisa do punk, Vivienne Westwood, que aos 66 anos segue sendo a grande dama da moda britânica.A coleção outono-inverno 2009 de Westwood, exibida ontem para um público repleto de estrelas, celebridades e músicos, foi inspirada nas colegiais britânicas, mas fazendo pouco caso da tradicional disciplina.Outro destaque da Semana foi a dupla Basso & Brooke, formada por um brasileiro e um britânico, que apresentou na passarela estampados suaves, românticos, adornados com pedras e gemas e que, por sua opulência, pareciam desafiar a recessão.

Ainda hoje, um jovem espanhol, Emilio de la Morena, formado na famosa escola de desenho Central Saint Martins, apresentou uma aplaudida coleção, na seção OFF da Semana da Moda, que ocorre no Museu de Ciência de Londres. De la Morena se revelou um mestre do corte, com ternos com linhas muito bem definidas, quase arquitetônicas, e casacos, calças e jaquetas esculturais, para uma mulher "moderna e decidida".

Uma casa catalã, Armand Basi, desfilou ontem na galeria Saatchi, apresentando uma coleção extremamente sóbria, assinada pelo alemão Markus Lupfter.Entre as coleções mais aplaudidas nestes dias de desfiles, aponta a agência noticiosa France Presse, está a da Unique, que reúne jovens criadores promovidos pela rede de roupas Topshop, que desenharam uma mulher poderosa, angular e "intergaláctica com um toque 'grunge'".

Mais um destaque foi a coleção dos 18 graduados da Central Saint Martins, que apresentou tecidos metálicos, couros elásticos, borracha e uma mulher forte e dominante, oferecendo uma visão da moda do futuro.